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Resenha | O que me faz Pular - Naoki Higashida


Editora: Intrínseca
Páginas: 192
Estrelas: ✬✬✬
Publicado originalmente em 2005

Naoki Higashida sofre de autismo severo. Com grande dificuldade de se comunicar verbalmente, o jovem aprendeu a se expressar apontando as letras em uma cartela de papelão, e, aos treze anos, realizou um feito extraordinário: escreveu um livro. Delicado, poético e profundamente íntimo, O que me faz pular traz uma nova luz para entendermos a mente autista. O jovem explica o comportamento muitas vezes desconcertante das pessoas com autismo e compartilha conosco suas percepções de tempo, vida, beleza e natureza, apresentadas em um relato e um conto inesquecível.

Eu ganhei esse livro no PsychoSunday, do blog Psychobooks. Eu achei a proposta interessante, de aprender um pouco mais sobre autismo pela voz de um autista. Além disso, vocês sabem que eu tenho um fraco por histórias de superação e a superação desse menino foi enorme.

Naoki, aos 13 anos, conseguiu, através de muito esforço, se comunicar através da escrita. Com o auxílio de sua mãe e de profissionais, eles elaboraram uma espécie de teclado, para que ele pudesse se expressar, já que seu tipo de autismo é daqueles extremamente severos para a comunicação.

O livro é estruturado através de perguntas e respostas, coisas como por que você não olha as pessoas nos olhos? Por que não gosta que lhe toquem? Por que você pula?

Ele tenta responder o que pode, mas também não age como dono da razão, ele admite que tem coisas que simplesmente são e que ele não tem as respostas, faz parte da sua personalidade. Entretanto, ele também tenta generalizar, não sei se ele tem contato com outros autistas, mas ele fala utilizando a primeira pessoa do plural, como "fazemos isso porque..."

É um livro bem singelo, mas bonito na sua simplicidade. Como eu disse, o menino teve que se superar muito para conseguir se comunicar apesar das suas dificuldades. Mesmo falando expressamente de sua condição, dá para notar que ele é um menino adolescente como os outros, com desejos e aspirações, ele almeja ser escritor "quando crescer", embora já seja.


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